21 mar Dia Internacional das Florestas: conheça a iniciativa da Rede Raízes, articulação voltada à restauração florestal no Marajó (PA)
A Rede Raízes reúne 12 agroextrativistas, entre mulheres, jovens e homens, de Portel e Breves, no arquipélago do Marajó (PA). O objetivo é disseminar conhecimentos sobre produção de mudas, auxiliar na mobilização e organização de mutirões comunitários para a implantação de Sistemas Agroflorestais (SAF’s) e contribuir para a gestão de empreendimentos comunitários locais.
A iniciativa surgiu a partir das formações continuadas realizadas nos projetos Marajó Socioambiental 2030 e Sanear Marajó: o Formar Restauração Florestal e Gestão Territorial Sustentável; e o Formar Gênero e Gestão de Empreendimentos Comunitários, cursos que envolveram 75 educandas e educandos dos municípios de Breves e Portel, no arquipélago do Marajó.
O projeto Marajó Socioambiental 2030 é uma realização do IEB, com apoio financeiro do Fundo Socioambiental da CAIXA Econômica Federal; já o Sanear Marajó conta com a parceria da Fundação Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Fundo Amazônia.
Desde 2021, o projeto Marajó Socioambiental 2030 está promovendo ações de restauração florestal no território marajoara. A meta é realizar o plantio de 500 mil mudas agroflorestais, atrelado a um programa de capacitação voltado ao fortalecimento de organizações comunitárias.
Até março de 2024, o projeto promoveu o plantio de 110 mil mudas distribuídas entre Breves, Melgaço e Portel. Além da importância ambiental, as espécies elegidas apresentam potencial para aumentar a segurança alimentar e a geração de renda das famílias envolvidas.
Valorização local – A Rede Raízes é uma continuação do processo formativo iniciado no Marajó Socioambiental 2030. Nos próximos cinco meses, educandas e educandos selecionados receberão uma bolsa, apoio criado para auxiliar os participantes em sua subsistência e custeio das despesas pessoais enquanto participam das atividades, proporcionando condições necessárias para desenvolverem suas capacidades profissionais e de liderança, atuando como multiplicadores de conhecimento em suas próprias comunidades e no território.
A expectativa é que a Rede Raízes possa contribuir para diagnosticar e problematizar as diferentes realidades do território, ajudando nas soluções adequadas para cada comunidade, o que contribui para o fortalecimento da agenda de restauração florestal socioprodutiva e na gestão dos empreendimentos comunitários.
As principais atividades da rede nos próximos cinco meses estarão relacionadas às agendas de oficinas de produção de mudas, mobilização e organização dos mutirões comunitários para implantação dos SAF’s (Sistemas Agroflorestais), que vêm sendo impulsionados como ações estratégicas do projeto MS2030 no tema da restauração. Todas as atividades terão à frente a equipe técnica dos projetos do IEB responsáveis pelo planejamento e implementação das ações nos diferentes projetos no território.
Jovem agroextrativista da comunidade Menino Deus, do Projeto Estadual de Assentamento Agroextrativista (Peaex) Acangatá – Portel (PA), Liliany Machado conta que a iniciativa pode ser uma alternativa para diversificação de renda. “Assim como aprendemos, ensinamos juntos também. A Rede Raízes é uma coisa boa porque aprendemos culturas diferentes. Eu vejo que esse movimento de reflorestar vai nos trazer mais renda.”