13 ago IEB promove diálogo sobre restauração florestal e agroflorestas na Amazônia
A ação integra a agenda do projeto Marajó Socioambiental 2030
Uma reflexão qualificada sobre estudos e iniciativas de restauração florestal e agroflorestas na Amazônia reuniu representantes de 15 das principais instituições que trabalham com os temas, durante seminário promovido pelo Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) no dia 29 de junho, em Belém.
O diálogo reuniu cerca de 30 representantes de instituições como o Instituto Floresta Tropical (IFT); a Fundação Avina; o Instituto Beraca; o WRI Brasil; a Caixa Econômica Federal; o Instituto Tecnológico Vale; o Instituto Federal do Pará (IFPA); o Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal (ICRAF); o Instituto de Pesquisa Ambiental na Amazônia (IPAM); a Secretaria do Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas/PA); o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater); o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon); o Instituto Peabiru e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A programação contou com duas mesas, uma focada na situação atual da recomposição florestal na Amazônia brasileira, com a participação de Paulo Amaral, pesquisador do Imazon; Osvaldo Kato, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental; e Jefferson Ferreira, do WRI Brasil.
E outra voltada à discussão de alternativas para produção sustentável, com a participação de Letícia Barros e Zíbia Carvalho, representantes do Fundo Socioambiental (FSA) da Caixa Econômica Federal; Regina Celia, do Banco da Amazônia; e Kleber Perotes, da Emater Pará.
O evento possibilitou uma integração entre instituições da sociedade civil, órgãos governamentais, agências de fomento e setores da iniciativa privada. A dinâmica de ocupação do solo como catalisadora do desmatamento na região e sua relação com a agenda de restauração de florestas foi uma das principais questões levantadas.
Os palestrantes enfatizaram a capacidade de regeneração natural existente na Amazônia e como a restauração florestal poderia influenciar na recomposição de paisagens florestais. Na mesma linha, a recuperação de áreas de Reserva Legal e Preservação Permanente através de implementação de sistemas agroflorestais poderia influenciar na consolidação e/ou estabelecimento de cadeias da sociobiodiversidade para geração de renda, segurança e soberania alimentar das famílias de pequenos agricultores.
Os participantes também compartilharam os desafios para o desenvolvimento dessa agenda, entre eles, a ausência de logística adequada ao contexto amazônico considerando aquisição de insumos incluindo substratos, disponibilidade de sementes adaptadas à região e legalização de viveiros para produção de mudas.
“A superação destes desafios passa pelo estabelecimento de uma política pública para restauração florestal que viabilize apoios para produção de mudas, questões relacionadas à legalização de viveiros, especialmente comunitários, disponibilidade de recursos para produção e plantio de mudas — considerando o calendário agrícola e atrelados a uma agenda de capacitação sobre o tema — além de finalmente ter as unidades de conservação como grande reservatório para coleta de sementes”, afirmou o analista socioambiental do IEB, Alison Castilho.
Sobre o Marajó Socioambiental 2030
O projeto visa promover boas práticas em uso sustentável do solo, valorização das florestas e da biodiversidade da Amazônia. As ações serão realizadas em territórios de vulnerabilidade social, econômica e ambiental no período de três anos nos municípios de Breves, Curralinho, São Sebastião da Boa Vista, Muaná, Melgaço e Portel.
Os beneficiários do Marajó Socioambiental 2030 são as cooperativas agroextrativistas próximas às Reservas Extrativistas Mapuá e Terra Grande Pracuúba, lideranças locais e comunidades escolares nos municípios de incidência. Tem como objetivo conceber e implementar um Programa de Restauração e Uso sustentável de Ecossistemas e Florestas no Território Marajoara.
O projeto integra o programa CAIXA Florestas e conta com apoio financeiro do Fundo Socioambiental (FSA) da Caixa Econômica Federal. A realização é do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), da Awí Superfoods e do Instituto 5 Elementos.