13 dez Portel recebe segunda oficina do FORMAR Restauração e Gestão
A ação integra o primeiro círculo de saberes do projeto Marajó Socioambiental 2030
Entre os dias 8 a 10 de dezembro, moradores de Projetos Estaduais de Assentamentos Agroextrativistas (Peaex) situados em Portel, no Marajó, participaram da segunda oficina do 1º Círculo de Saberes do FORMAR Restauração e Gestão, formação continuada focada em agricultoras, agricultores e extrativistas.
A iniciativa integra o Marajó Socioambiental 2030, projeto que visa a promoção da restauração florestal em seis municípios do arquipélago: Breves, São Sebastião da Boa Vista, Melgaço, Portel, Muaná e Curralinho.
A segunda oficina faz parte da primeira fase do FORMAR, curso dividido em seis círculos de saberes, com um total de 160 horas, onde serão abordados temas como sistemas produtivos sustentáveis; produção de mudas; recuperação de áreas degradadas; práticas agroecológicas; introdução de Área de Coleta de Sementes (ACs); organização e inclusão socioprodutiva para produtos da sociobiodiversidade. A coordenação é do IEB, com parcerias locais como o Instituto Federal do Pará (IFPA).
“Nessa segunda oficina vamos aprofundar o conteúdo iniciado no final de novembro, ainda na temática de Sistemas Agroflorestais (SAF’s). A formação foi pensada de acordo com a janela agrícola, que se inicia agora no mês de dezembro, e servirá de base para o início do plantio das mudas. A metodologia do FORMAR tem como premissa aliar o campo teórico e a prática, dialogando com os saberes tradicionais dos educandos”, afirma Marcos Silva, analista socioambiental do IEB.
Enquanto ouvia sobre Sistemas Agroflorestais (SAF’s), uma das estratégias do projeto para estimular a recomposição florestal, o educando Raimundo Balbino fez um relato sobre o envolvimento de sua comunidade com o manejo florestal comunitário. “O que está acontecendo aqui, nesse exato momento, é o mesmo que aconteceu há 10 anos, quando o IEB reuniu com moradores do Acangatá, eu estava lá, pra explicar algo que ninguém acreditava, que era o Manejo Florestal Comunitário”, conta.
“Nossa comunidade evoluiu muito depois disso e agradecemos aquele momento de formação e reuniões que o IEB promovia, mas eu lembro como as pessoas duvidavam, e hoje vemos que deu certo. Estou vendo a história se repetir com essa formação sobre o que é SAFs e como montar um. E no futuro vamos sentir a diferença em relação aos benefícios que o sistema trás, principalmente por gerar alimentos“, reflete Balbino.
Ao refletir sobre o porquê ainda há predominância de cultivo da monocultura de maniva no território, o educando Vagno, argumentou que “o principal motivo é falta de conhecimento, não tem nas comunidade momentos sobre isso, não tem presença de assistência técnica. Eu lembro também como Balbino acabou de falar sobre a formação de manejo florestal, muitos moradores amigos não queriam ir nos encontros, mas quando iam voltavam diferente, porque formação é muito importante e o incentivo em nos organizar em associação foi mais importante ainda“, concluiu.
Marajó Socioambiental 2030
Dividido em quatro eixos centrais, o projeto pretende estimular a restauração florestal e promover o fortalecimento de comunidades no arquipélago do Marajó, com foco nos municípios de incidência do projeto: Breves, São Sebastião da Boa Vista, Melgaço, Portel, Muaná e Curralinho.
Previsto para ser implementado até 2024, uma das metas do projeto é plantar 500 mil mudas de espécies agroflorestais, produzidas a partir de viveiros comunitários e particulares instalados em Portel e Breves, municípios onde o FORMAR Restauração e Gestão será realizado. A equipe promoverá a integração dos demais municípios por meio de atividades de intercâmbio e outras ações que promovam a socialização dos conhecimentos.
O próximo encontro formativo será no início de 2023, com o tema práticas agroecológicas. O projeto é implementado pelo IEB, com a parceria da Awí Superfoods e do Instituto 5 Elementos, e com o apoio do Fundo Socioambiental (FSA) da Caixa Econômica Federal.