Projeto promove intercâmbio entre comunidades marajoaras para aprimorar técnicas de plantio

Entre os dias 12 a 21 de março, dez comunidades envolvidas no projeto Marajó Socioambiental 2030 participaram de um intercâmbio técnico e organizativo, promovido pelo Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB). A agenda foi realizada nos municípios de Portel e Breves, com a participação da equipe técnica do projeto e dos bolsistas da Rede Raízes, iniciativa de articulação local voltada à restauração florestal no Marajó.

O intercâmbio promoveu atividades como mutirões de plantio, orientação técnica e monitoramento da produção de mudas do projeto, além do registro das áreas já plantadas, mobilizando um público de mais de 100 participantes. Essas atividades fazem parte do conjunto de ações do projeto Marajó Socioambiental, iniciativa realizada pelo IEB com o apoio financeiro do Fundo Socioambiental da CAIXA.

Plantio – Mais de 500 mudas florestais e frutíferas foram plantadas durante um mutirão realizado na comunidade Menino Deus, no Projeto Estadual de Assentamento Agroextrativista (Peaex) Acangatá, em Portel (PA). A ação foi realizada em uma área coletiva da associação, de aproximadamente dois hectares, onde será implantada uma vitrine agroflorestal, um espaço de referência para orientar os próximos plantios nos lotes individuais dos membros das comunidades. 

A equipe de implantação do Marajó Socioambiental aproveitou a reunião da comunidade para reforçar as estratégias do projeto, que vão desde o apoio na instalação dos viveiros até a orientação técnica na produção de mudas e nas técnicas e arranjos de plantio, adotando os Sistemas Agroflorestais (SAF´s) como alternativa produtiva para alimentação e geração de renda.

Mutirão de plantio realizado por comunidades que participam do projeto Marajó Socioambiental 2030

Monitoramento de mudas – A equipe técnica do projeto e os integrantes da Rede Raízes realizaram o registro de áreas plantadas nas comunidades visitadas. A experiência permitiu aos membros da Rede uma melhor compreensão das atividades desenvolvidas pela equipe técnica. Desta forma poderão auxiliar no levantamento das informações dos viveiros em suas localidades, gerando subsídios de informações para o projeto.

Viveiros – Em Portel, a equipe visitou as comunidades Amparo, Paraíso, Monte Hermon, Jacaré-Puru e Joana Peres 2, todas com viveiros recém-instalados pelo projeto. Em 2023, o projeto apoiou a instalação de novos viveiros – passando de seis para 14 viveiros ativos apenas no município de Portel. Equipados com cobertura e sistemas de irrigação, cada viveiro possui capacidade para produzir entre 15 a 20 mil mudas por ciclo. A produção ainda enfrenta desafios na obtenção de sementes com qualidade e diversidade necessárias para um sistema produtivo diversificado. O açaí tem sido o carro chefe na maioria das mudas produzidas, o que ao mesmo tempo gera preocupação pela predominância de uma única espécie. A diversificação das espécies é recomendada pela equipe técnica, no mínimo 06 espécies diferentes entre florestais e frutíferas.

No município de Breves, as atividades foram realizadas nos viveiros das comunidades de Manancial Celeste, Vila dos Macacos e Arapijós, a fim de garantir o monitoramento da produção de mudas nos viveiros e a reorientação sobre as ações do projeto. Por conta do inverno amazônico, da falta de sementes e da logística complexa, os novos viveiros de Breves ainda enfrentam uma baixa na produção de mudas, o que demanda a realização de oficinas sobre coleta de sementes e produção de mudas.

No último dia de intercâmbio, foi realizado um mutirão de plantio utilizando o SAF como base para orientar as técnicas de espaçamento entre espécies e de adubação para o bom desenvolvimento das primeiras mudas. A atividade proporcionou à equipe uma melhor compreensão da situação atual da produção de mudas nos viveiros, possibilitando o diálogo com as famílias envolvidas nas atividades de produção e nas estratégias de plantio. As informações levantadas ajudarão no planejamento das próximas agendas que terão suporte de equipamentos agrícolas pelo projeto.

Membros da Rede Raízes e equipe técnica do projeto Marajó Socioambiental 2030