26 abr Projeto estimula arborização em comunidades de Portel, no Pará
Ação integra o projeto Marajó Socioambiental 2030, apoiado pelo Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal
No último domingo (23), comunitários do Projeto Estadual de Assentamento Agroextrativista (Peaex) Acangatá se reuniram em um mutirão de plantio para promover a arborização da comunidade São José do Amparo no arquipélago do Marajó, no Pará.
A espécie escolhida para a ação de paisagismo foi o Ipê amarelo (Handroanthus albus), cujas mudas foram produzidas pelos próprios comunitários, a partir do projeto Marajó Socioambiental 2030. “Na ação de domingo os comunitários plantaram 15 mudas de Ipê amarelo. A expectativa é que até o final de maio sejam plantadas mais 250 mudas para fins de arborização da localidade”, informa Déborah Pires, analista socioambiental do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), instituição responsável pela implementação do projeto.
Segundo a analista, até o mês de junho de 2023 – momento em que ocorre o final da atual janela silviagrícola – 600 mudas serão destinadas para ações de arborização e paisagismo nas demais comunidades de Portel que estão engajadas no Marajó Socioambiental 2030.
O ipê é uma árvore que ocorre naturalmente em todo o Brasil. Existem mais de 100 espécies dos gêneros Tabebuia e Handroanthus, ambos da família botânica Bignoniaceae. Com flores amarelas, roxas, rosas, brancas e verdes, é largamente utilizado no mercado de paisagismo, Além de prover sombra e uma bela floração, algumas espécies dessa árvore, como o ipê-amarelo (Handroanthus albus) e o ipê-roxo (Handroanthus impetiginosus), têm uma madeira de alta durabilidade e resistência.
Na Amazônia, o Ipê amarelo floresce de agosto a outubro e frutifica de outubro a dezembro, podendo atingir 30 metros de altura. Sua madeira é usada para construção pesada e estruturas externas, construções civil e naval, móveis, tacos, obras de entalhe, bengalas, eixos de rodas, etc.
Resultados preliminares de um estudo conduzido pela Embrapa Amazônia Oriental, com o apoio da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex), apontam que nas áreas de manejo florestal avaliadas no estado do Pará, as populações de ipê-amarelo (Handroanthus albus) e ipê-roxo (Handroanthus impetiginosus) foram mantidas após a exploração florestal.
O Pará é o maior produtor e exportador nacional de madeira nativa da região amazônica, segundo dados da área de comércio exterior do Governo. Em 2021, o estado exportou quase 212 mil m³ de madeira principalmente para Estados Unidos e União Europeia, volume que movimentou em torno de 200 milhões de dólares na balança comercial paraense.
Segundo informações da Aimex, o ipê representa em torno de 4% do volume de madeira exportada pelo estado do Pará e o metro cúbico de ipê serrado já chegou a 15 a 17 mil reais, enquanto que a maçaranduba ou o freijó ficaram em torno de 7 mil reais.
Marajó Socioambiental 2030 — Dividido em quatro eixos centrais, o projeto pretende estimular a restauração florestal e promover o fortalecimento de comunidades no arquipélago do Marajó, com foco nos municípios de Breves, São Sebastião da Boa Vista, Melgaço, Portel, Muaná e Curralinho. O projeto é implementado pelo IEB com o apoio financeiro do Fundo Socioambiental (FSA) da Caixa Econômica Federal e parceria da Fundação Banco do Brasil, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Fundo Amazônia.
Previsto para ser implementado até 2024, uma das metas é plantar 500 mil mudas de espécies agroflorestais, produzidas a partir de viveiros comunitários e particulares instalados em Portel e Breves, municípios onde o FORMAR Restauração e Gestão será realizado. A equipe promoverá a integração dos demais municípios por meio de atividades de intercâmbio e outras ações que promovam a socialização dos conhecimentos.